Universo consultado: níveis de ensino

 

            A consulta privilegiou as duas primeiras etapas da educação básica: o ensino  fundamental I e II e a educação infantil, escolhendo especificamente os últimos anos de cada etapa – o último ano da educação infantil, bem como os da 4 a e 8 a séries. 

            Destacamos a importância de se ouvir as crianças pequenas em processos de consulta e de avaliação de políticas públicas. Embora seja prática recente, a escuta das crianças pequenas representa um significativo avanço no reconhecimento dos direitos de um segmento que muitas vezes não é considerado como sujeito nos processos de pesquisa, de ensino-aprendizagem e de definição de prioridades políticas e sociais. 

            A participação das crianças com opiniões, sugestões, posicionamentos e formas de agir no mundo é fundamental para a análise de como se dão os processos educacionais no interior das instituições e, no caso específico da temática das relações étnico-raciais, assinala possibilidades de compreensão das formas como elaboram sua identidade étnico-racial, como percebem a identidade dos outros e como se posicionam diante de situações conflituosas envolvendo preconceito e discriminação.

 

Universo consultado: as cidades, as escolas e os atores ouvidos


            A consulta foi realizada em 15 escolas municipais de três capitais: São Paulo, Salvador e Belo Horizonte. São capitais de regiões geográficas distintas e com diferentes  composições étnico-raciais, e em maior ou menor medida,  seus governos buscaram investir na implementação da Lei n o 10.639/2003.  

            Em cada cidade participaram da consulta duas escolas de educação infantil e três de ensino fundamental (veja as escolas consultadas), escolhidas de forma que pudessem refletir as diversas regiões geográficas de cada cidade e uma variedade no que tange à composição étnico-racial e de classe de sua população.

            Em cada escola foram ouvidos os seguintes atores (ver Tabelas 1 e 2): alunos das séries finais do ensino fundamental (4 a e 8 a séries), bem como  do último ano da educação infantil; professores de séries iniciais (educação infantil e 4 a série) e professores de português, história, geografia e artes (8 a série); funcionários de: secretaria, limpeza, portaria, alimentação e biblioteca;  coordenadores pedagógicos; diretores; pais, mães e responsáveis.

            A escolha dos atores de cada categoria respeitou a representação de gênero e de raça. No caso dos alunos, foram sorteados entre aqueles que se dispuseram a participar e os que tinham autorização do pai, mãe ou responsável. No caso dos professores, a escolha foi feita por indicação da direção ou da coordenação, respeitando o critério de representação por disciplina no caso da 8 a série (português, história, geografia e artes).  

            Os pais, mães e responsáveis foram escolhidos aleatoriamente. Os funcionários deveriam ocupar os cargos definidos na consulta. A consulta aposta em seu potencial inovador, o qual instaurou um processo centrado na escuta dos sujeitos da comunidade escolar, incluindo crianças  de 5 e 6 anos, para dialogar e para influenciar práticas e políticas públicas.

 

Veja também:

Concepção

Metodologia

Caracterização geral dos atores consultados

Principais achados

Tabelas e gráficos

Instrumentos da pesquisa

Escolas consultadas

Recomendações

Perspectivas e desafios